6 de novembro de 2008

Resumo da história "A saquinha da flor" de Matilde Rosa Araújo

Era uma vez uma senhora de idade chamada Amélia.
Uma vez que já enviuvara há muitos anos, Amélia vivia sozinha num monte, numa casa de granito. À procura de uma vida melhor, os seus filhos partiram para outros países.
Amélia tinha um telemóvel e, de vez em quando falavam com os filhos, as noras, os genros e os netos. E até os irmãos!
Todos lhe perguntavam se ela estava bem e ela dizia que não lhe faltava nada.
Mas será que não lhe faltava nada?
Todas as lembranças da sua vida estavam presentes.
Foi naquele monte que Amélia nasceu e cresceu.
Faísca, o seu cão acompanhava-a em todos os momentos.
Mas não era só ela que vivia por aqueles lados! Ela tinha vizinhos e amigos. Ter vizinhos e amigos, mesmo que eles não estejam presentes, é óptimo! Mas ela conseguia escutar as cigarras, os pássaros, os ralos. E ainda o silêncio!
Ela via o Sol quando ele nascia e quando ele se punha no horizonte.
Também conseguia ver a Lua e as estrelas.
E, às vezes, havia dias, noites e Invernos tão frios, tão chuvosos que nem a lareira aquecia.
A pouco e pouco ia chegando a Primavera, depois o Verão e o Outono, muito lentamente.
Ao anoitecer, sentava-se à beira da porta e lembrava-se. Lembrava-se que quando era menina andava com os pés descalços, mesmo com frio. Os pais de Amélia trabalhavam no campo e esforçavam-se imenso mas mesmo assim o pão que conseguiam era sempre tão pouco…
O Sol ensinou a Amélia as horas certas e incertas.
Com um sacho nas mãos, Amélia ajudava os pais a amanhar a terra.
Agora, as suas mãos estavam com a pele enrugada e velha.
Quando era menina, brincava às cinco pedrinhas com os irmãos e dançava danças de roda.
Amélia nunca tinha ido à escola, pois naquele tempo não havia escola, naquela aldeia. Como seria ir à escola?
Com Faísca aos seus pés, Amélia sonhava. Sonhava que aprendia naquele banquinho, aprendia a ler. E tinha uma pequena saca onde guardava os livros e os cadernos: tal e qual como os netos!
Amélia ia por um caminho estreito no monte. De repente, aparece o cavalo branco e alguém lhe gritou a dizer para Amélia montar o cavalo.
Amélia subiu num pulo desajeitado, mas lá subiu.
Amélia agarrou-se com dificuldade ás crinas do cavalo. E o cavalo voou. Talvez o dia inteiro.
Até que chegou a noite muito diferente das outras. Amélia tinha um pouco de medo. Mas era tão bom voar!
As suas mãos de menina agarravam as crinas ásperas e do cavalo branco.
Mas onde estava Amélia?
Será que estaria na Lua?
Amélia ouviu de novo a tal voz que lhe disse para descer do cavalo, pois a professora estava à espera. Que professora? Onde?
Faísca adormecera nos pés de Amélia. Quando acordou começou a lamber as mãos enrugadas mas meigas como sempre.
Nisto apitou o telemóvel que Amélia guardava no bolso do seu avental.
Mas ela não lhe sabia mexer. Mas mesmo sem saber, escutava atentamente. Seria a voz de Maria? Mas Maria era a professora e trazia a saquinha onde guardava os livros e cadernos. Uma pequena professora.
Maria disse à avó que aquela escola era enorme. Lá, cabiam todos os meninos do mundo. Mas havia uma coisa um pouco estranha: o quadro era redondo… Podiam – -se escrever as letras que quisessem, pois naquele quadro cabiam tantas letras!
Amélia não sabia como lia, mas ao mesmo tempo dormia sentada no banquinho à beira da porta.
Faísca levantou-se e olhou para ela, como se entendesse tudo.
Os olhos de Faísca pareciam que diziam palavras de Ternura… A Ternura não tem raça.
Amélia acorda devagar e sorri. Sem medo e sem frio.
Com o telemóvel nas mãos enrugadas, Amélia escutava. Era a sua neta, Maria. Maria estava a perguntar à avó se estava tudo bem com ela.
Amélia respondeu que estava bem e que não lhe faltava mesmo nada e quis saber se Maria ainda tinha a saquinha da flor…



Resumo realizado por Inês Antunes, Sónia Vieira e Jéssica Martins

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